Visual artist, made of steel…

Arquivo por Autor

SHADOWS ON THE FLOOR

de RuiMiraGaia


As peças que aqui se expõem surgiram na sequência dos muitos estudos realizados no âmbito do projeto Urban(in)human. Nesse trabalho, o desenho da calçada portuguesa, transposto para o ferro para revelar a rede orgânica de espaços preenchidos e espaços vazios, propõe uma reflexão sobre a forma como a urbanidade acomoda as pessoas numa teia de interdependências. Esse chão, em que na realidade o que nós vemos é tudo o que não está lá, parece representar a estrutura sociológica ou até emocional do lugar que suporta.
Este processo exploratório deu origem a seis “urbanizações cristalizadas”, que acabam por ser projeções do chão no chão, de acordo com a transformação do vazio/preenchido em sombra/luz. As combinações caleidoscópicas criam uma força com diversas manifestações, como se cada peça fosse um universo em si mesma, expandindo-se a partir do centro. Instaladas sobre superfícies naturais, sem intervenções significativas, estas expressões de uma urbanidade sufocante no seu contexto habitual passam a respirar de outra forma, revelando o seu caráter mágico e simbólico. O contraste entre a rigidez das linhas geométricas e o tremor orgânico do recorte manual acaba por integrar essa contradição entre o vazio e o excesso, entre a escuridão e a redundância da luz.
*
Shadows on the Floor
The pieces on display here came about as a result of the many studies carried out as part of the Urban(in)human project. In this work, the design of the Portuguese pavement, transposed onto iron to reveal the organic network of filled and empty spaces, proposes a reflection on how urbanity accommodates people in a web of interdependencies. This floor, where in reality what we see is everything that isn’t there, seems to represent the sociological or even emotional structure of the place it supports.
This exploratory process gave rise to six “crystallised urbanisations”, which turn out to be projections of the floor on the floor, according to the transformation of emptiness/fill into shadow/light. The kaleidoscopic combinations create a force with different manifestations, as if each piece were a universe in itself, expanding from the centre. Installed on natural surfaces, without significant interventions, these expressions of a suffocating urbanity in their usual context breathe differently, revealing their magical and symbolic character. The contrast between the rigidity of the geometric lines and the organic tremor of the hand-cutting ends up integrating this contradiction between emptiness and excess, between darkness and the redundancy of light

Catálogo

Urban(in)human #1

2020

Medium:

Iron handmade plasma cutting

Dimensions:

101 x 128 x 7 cm

Sold

Symbology:

Quem és tu, onde é que estás? Tu és um vazio.

És a ausência recortada na matéria.

A tua individualidade?

Não te vejo.

Posso sentir os teus limites no mundo que te rodeia, mas tu não estás lá.

Não vejo ninguém.

E se eu te visse?

Assim conseguiria diferenciar-te.

Poderias representar algo para mim.

O indivíduo.

A sua inserção na multidão.

A sua representação vazia no mundo da matéria.

A sua perspetiva existencial traduzida numericamente.

A sua capacidade de ser diferente e, ao mesmo tempo, conjugar-se com outros indivíduos também diferentes, formando um padrão oco, onde apenas os limites são espaços de comunicação.

O indivíduo define-se no seu invólucro, identifica-se com a sua linha de contacto com o exterior e condiciona o posicionamento dos seus semelhantes num espaço de difícil adaptação.

Nas suas fronteiras, surgem linhas de força que pressionam o alinhamento pré-estabelecido.

Em cada indivíduo, o espaço interior anseia pelo seu preenchimento.

Who are you, where are you? You are void.

You are the absence cut in matter.

Your individuality?

I don’t see you.

I can feel your limits in the world that surrounds you, but you aren’t there.

I don’t see anybody.

What if I saw you?

Then I could distinguish you.

You could mean something for me.

The individual.

His inclusion in the crowd.

His empty representation in the world of matter.

His existential perspective translated into numbers.

His ability to be different and, at the same time, to combine with other also different individuals, forming a hollow pattern, where only the limits are spaces of communication.

The individual defines himself in his enclosure, he identifies himself with his line of contact with the exterior, and he conditions the positioning of his fellow individuals in a space of difficult adaptation.

In his borders, lines of forces come up, constraining the pre-defined alignment.

In each individual, the inner space yearns for its own fulfillment.

Shadows on the floor

Urbanization #3

2023

Medium:

Iron handmade plasma cutting with led light

Dimensions:

88 x 88 x 82 cm

Piece 2800 €

Urbanization #4

2023

Medium:

Iron handmade plasma cutting with led light

Dimensions:

70 x 77 x 70 cm

Piece 2200 €

Urbanization #5

2023

Medium:

Iron handmade plasma cutting with led light

Dimensions:

70 x 77 x 70 cm

Piece 2200 €

Urbanization #6

2023

Medium:

Iron handmade plasma cutting with led light

Dimensions:

70 x 70 x 93 cm

Piece 2400 €

Urbanization #7

2023

Medium:

Iron handmade plasma cutting with led light

Dimensions:

46 x 50 x 46 cm

Piece 1600 €

Urbanization #8

2023

Medium:

Iron handmade plasma cutting with led light

Dimensions:

70 x 77 x 70 cm

Piece 2200 €

Mapa das peças


Flores de Ferro

Pétala sobre pétala, em concha bem definida. Flor organizada, civilizada.
Haste coroada com um turbante, ordeira na sua maturação.
Troféu de conquista da terra ao mar, distribuída por cores, tonalidades e ressonâncias, de modo a celebrar a intenção humana.
O desejo de admirar a Natureza na sua forma estruturada, em largas superfícies horizontais.
A tulipa, mesmo aberta, permanece contida na sua cápsula de luz.

Azul, violeta, roxo, azul eléctrico, azulão, cores raras no jardim. Centro negro, amor-perfeito, poção mágica de momentos suspensos, imaginados.
Trevo vestido para a noite, envolto em mistérios e aspirações, por vezes simples expressões de sentimentos declarados.
Olho escuro, pétalas saturadas de pigmentos anil, a imitar o céu em crepúsculos de verão.
Sonhos de água e anoitecer, promessas suaves de um amanhã mais luminoso.

vendido

Chapéu de fada, espécie de trompete vegetal, virado para baixo como Narciso a olhar para si próprio na margem de um lago.
Da sua abóbada saem sons de encantar, melodias de cordas tocadas por duendes travessos, que aproveitam a ressonância para improvisar.
O recorte do sino difunde as notas que se propagam, enquanto a vibração do estilete fornece a tonalidade e o ritmo, como se da coroa surgisse um instrumento de sopro.
As fadas voadoras dos campos usam estes chapéus amarelos, que as protegem dos aguaceiros de verão.

vendido

O dia transforma-se em noite. As nuvens deixam aos poucos os reflexos cinzentos para adquirirem tonalidades lilás. O mesmo vento sentido na serra parece varrer o céu, deixando-o estendido, esticado nas suas nebulosidades.
O ar arrefece a cada minuto que passa, lavando os grãos de poeira, fazendo com que as plantas se concentrem no solo, onde ficam menos vulneráveis à intempérie.
As pedras enormes, lisas e marcadas pela erosão fornecem alguma protecção. Conhecem os ventos, formam nichos de correntes de ar onde se escondem plantas e animais, prontos para passar a noite em quase hibernação.
Nas encostas fustigadas, no meio das ervas térreas, ondulantes, abanam os cardos, firmes nos seus caules agrestes. As suas copas roxas ligam-se à chegada da noite, aos múltiplos aromas da urze, a uma paisagem inteira, intensa, solitária.

vendido

As pedras brancas da calçada organizam-se em altos e baixos no largo escondido atrás do castelo. O fim da tarde trouxe uma pequena brisa de verão que solta ainda mais os vapores do carvão. De um lado ao outro das varandas suspendem-se linhas com triângulos de várias cores, e as concertinas de papel abanam ao sabor do vento, formando arco-íris em espiral.
Há uma efervescência no ar, que prepara o desenrolar da festa. As ruas respiram, por enquanto sem multidões.
Os manjericos espalham-se nas bancas, com os seus poemas de amor.
Cada vaso traz consigo um cravo de papel colorido, o cravo da liberdade.

Explosão de cores ao tom mexicano, de formas multi-raios. Padrões repetidos de pétalas dobradas a preceito, cuidadosamente envolvidas em elegantes combinações.
As dálias propõem união e partilha, fogo de artifício, caleidoscópios, divisões ao infinito como as estrelas, os flocos de neve e os desenhos geométricos.
Arte floral medida a graus de grandeza, parecem rosáceas de vitrais refletindo a luminosidade, espalhando feixes de cor de dentro para fora.

vendido

Sempre que a brincadeira começava, os miúdos separavam-se, seguindo trilhos diferentes à procura da dedaleira mais próxima.
De repente, paravam os risos e os gritos, calavam-se todos para não serem descobertos, apanhados uns pelos outros nos duelos de estalinhos, para poderem ser eles a investir os golpes sonoros.
Era preciso encontrar os cachos rosados, retirar a flor com cuidado a partir da extremidade, e fechar as pétalas, comprimindo o ar dentro da campânula.
Depois, abria-se guerra e nos momentos seguintes surgia o caos, com perseguições e escorregadelas.
Os estalinhos eram rebentados nos ombros, nos braços, na cabeça, em busca do maior impacto.

Permanece resistente no quintal, onde ocupa um lugar ao sol. As folhas sólidas, as flores enérgicas ecoam os ritmos tropicais de calor, humidade e claridade.
O azul e o laranja da Ave-do-paraíso lembram essas selvas onde tudo se gera com uma energia expansiva, onde até as plantas imitam os animais.
A flor da estrelícia disfarça-se, ao longe, desse pássaro colorido, dessa cabeça atenta olhando em redor.
A sua forma exuberante chama-nos para um lugar quente, aberto, abundante, onde se sente a vida a nascer. A cada momento.

vendido

O corredor das abelhas conduziu-nos até um campo de girassóis gigantes, todos com uma leve inclinação para cima. As suas coroas apontam para o mesmo ponto, uma direcção algures no céu totalmente azul.
Aquilo que parece uma superfície desenhada com réguas curvas resume-se ao conjunto apertado de pequenos filamentos onde fervilham milhares de bichinhos.
O calor aperta, ouvem-se grilos que soltam os sons mais estridentes, pedindo apenas uma pequena brisa.
A claridade inunda a população de admiradores do sol, que assistem, atentos, a este espectáculo surpreendente.

vendido

É de manhã. A flor de muitas flores brota da terra em balões azuis, lilás e cor-de-rosa.
Por toda a margem da estrada da ilha seguem-se fileiras destas armações de canteiro, que transformam a rua num jardim.
Na frescura da manhã, ainda restam gotas de água nas folhas largas, nas múltiplas pétalas.
Todo o vento, lá ao fundo o mar.
As flores que os gigantes oferecem às suas amadas, em ramalhetes enormes.
A combinação de sol e chuva só poderia acelerar todo o processo.
Nas manhãs de verão, bem cedo, quase que as vemos crescer.

vendido

A casa branca tinha um beiral enrodilhado onde as andorinhas faziam os seus ninhos.
Lá atrás, uma enorme palmeira centrava o jardim e, para lá chegar, era preciso descer uma escada de ferro que chiava em certos degraus.
De um dos lados, havia um corredor de pedras desalinhadas, por entre as quais cresciam ervas e passeavam caracóis. Do outro lado, duas ameixeiras, que faziam de baloiço, casa na árvore, milhares de brincadeiras.
As janelas aos quadradinhos de vidro fosco reflectiam o abanar das folhagens.
Um dos canteiros abarrotava de jarros, branco-tecido, rodeados de folhas luzidias.
Desenhados com um único traço, de abas largas como os chapéus antigos, enchiam o jardim de harmonia.

Flor solitária, completa, sem folhas. Pétalas expressivas, porte tímido, determinado. Um encontro entre forma, cor e originalidade, que sugere admiração.
Reconhecimento da fragilidade de todas as manifestações efémeras, representação de formas evolutivas submetidas a ciclos florescentes.
Um exemplo de que, a partir de um ponto, pode formar-se um todo harmónico constituído por partes complementares, que se edificam na sua beleza única.
Expressão de movimentos dançantes, líricos.
Flor para olhar, para acalentar momentos felizes.

vendido

Fecham à noite, reabrem de dia, sombrinhas de hastes estreladas, preferidas de pássaros e abelhas.
Na constante expectativa dos namorados, são estas as flores que eles desenham nos seus cadernos de escola, são delas as pétalas que predizem: bem me quer, mal me quer, muito, pouco ou nada…
São também as primeiras flores que os bebés colhem nos mais precoces passeios. Os pais dizem-lhes: “olha, isto é uma flor”, e daí em diante os bebés passam a reconhecer essa forma inconfundível, a partir da qual conhecerão todas as outras.
Os malmequeres cobrem os campos verdes com pontinhos brancos, amarelos, como estrelas num céu limpo.
São colares e coroas de todas as primaveras.

vendido

Flutuam em lagos espelhados, pequenas rampas de lançamento para rãs e sapos, superfícies onde descansam libelinhas durante um milésimo de segundo.
Planta anfíbia, ao ar e à água, planta submersa que espreita ao sol, procurando o melhor dos dois mundos. A flor abre-se de par em par nas horas de luz, fechando-se com o crepúsculo, recolhendo-se em botão.
Os peixes vermelhos deslizam pelas suas ramificações, presas de forma invisível às partículas aquáticas.
Planta de águas estáveis, quase paradas, que se estende pelo tempo e prolonga memórias de reflexão.

O palácio de vidro de eras distantes alberga as mais variadas espécies. A luz solar que entra pelas paredes e tetos de vidro e a água pulverizada por regadores especiais fermentam-lhes o crescimento.
No calor húmido da estufa, surgem mais espessas as folhas, mais vivas as cores. As plantas, protegidas, desenvolvem-se sem marcas, sem feridas, como nos livros de encantar.
Princesa perfeita vinda de um conto de fadas, a orquídea vive nessa redoma com uma nobreza vertical.
Simétrica como uma borboleta, é também manipuladora de paixões.
Vestida de cores de bailarina, emerge do caule numa dança invisível, procurando rodopiar em direção ao centro das atenções.

Despenteadas, amarrotadas, demasiado leves, pincelam com pontos vermelhos a cor terra das searas.
Anúncios de verão, vestem os campos de uma promessa de sonhos cumpridos.
As papoilas selvagens, despenteadas, vermelhas cor de vestidos de gala, aparecem livres junto às ervas rasteiras, junto às espigas das colheitas.
Trazem o vermelho-vida, o preto-forte, a dança das cores ao vento.

vendido

Eu quero ir pelo caminho das rosas. Mesmo que haja vento, mesmo que tenham espinhos, mesmo que seja mais longo o percurso.
Nesse desvio eu posso cheirar todas as pétalas, camada após camada, posso tentar adivinhar se cada rosa é de veludo, de seda ou de cetim.
É certo que paro mais vezes, que me arrisco quando me aproximo demais.
Mesmo assim quero ir pelo caminho das rosas.
Ajuda-me a procurar a beleza, a abrir o coração.


Lady Liberty

OLYMPUS DIGITAL CAMERA OLYMPUS DIGITAL CAMERA OLYMPUS DIGITAL CAMERA OLYMPUS DIGITAL CAMERA

Vídeo da construção (clique aqui)


Galo 2013

Veja o vídeo da construção com entrevista à Radio Altitude.

“Galo 2013”

1º

IMG_1703 IMG_1750 IMG_1759


“A tua cara Chapada”

Chapas

Entrevista RTP veja aqui

 


Mercado 1143 (Lx Factory)

 

 

 


Mocho#2


Mocho#1


Flores


Logótipos em Aço corten

mercado2 OLYMPUS DIGITAL CAMERA OLYMPUS DIGITAL CAMERA IMG_1060 OLYMPUS DIGITAL CAMERA OLYMPUS DIGITAL CAMERA 8-18-3 OLYMPUS DIGITAL CAMERA OLYMPUS DIGITAL CAMERA OLYMPUS DIGITAL CAMERA IMG_8163 1300 taberna. Lx Factory. Logo Taberna Taberna


Ensemble

Corten

Corten

Corten

Corten

corten

corten


Pés acendíveis

-Vendido-

-p/ Venda-

-p/ Venda-

-p/ Venda-

-p/ Venda-

-p/ Venda-

-p/ Venda-


Presépios 2011

ferro

corten

corten


Jimmy Jib triangle


Vila Pery


Maria


Quarteto Fantástico

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quarteto Fantástico
30/35 x 25cm
Chapa de ferro 1.5mm


1300 taberna Lx Factory.

Restaurante 1300 taberna, Lx Factory.

Boa sorte Taberna…


Abeto

Altura 2metros

Ferro envernizado

-Para venda-


Acendíveis

-Vendido-

-Para venda-

Vendido

-Vendido-

-Vendido-

-Vendido-

-Para venda-

-Para venda-

-Vendido-

-Para venda-

-Vendido-

Acendíveis


Manuel Carlos

A memória é um lugar errante.

A memória é um lugar errante, vagueando com liberdade pelas coordenadas mais variadas. As peripécias guardadas servem de pequenas vinganças contra o tempo. O princípio, meio e fim que asseguram equivalem ao desenrolar de uma narrativa cheia de pormenores aliciantes. É nesses detalhes descritivos que surge uma observação vivida pela perspectiva momentânea, pelo romantismo da visão impossível.

Os encontros formam a estrutura de comparação, donde se mede tudo o resto. Pessoas, países, raízes de pensamento – pequenas conclusões que tornam a memória um lugar errante e também um lugar seguro.

O amor vive por detrás das memórias, no único espaço onde não há tempo, nem princípio nem fim, depois das imperfeições e das histórias bem contadas. O amor prefere o secretismo dos projectos invisíveis, e renova-se tão rapidamente como chega o fim do dia.

As aventuras servem para chegar à presença de espírito necessária, como se nada se alcançasse sem essa leveza de apenas respirar… virar a cabeça… olhar de soslaio e rir com todos os sentidos.

A construção de uma visão passa por articular esse conhecimento com a ingenuidade de um desejo. De desejo em desejo, a perspectiva alarga-se e as memórias passam a nadar num oceano do tamanho do mundo.

É aí que navega o amor, num barco à vela, divertindo-se pelo caminho.

«Ver VÍDEO»

Esboço de 1973…
Inaugurada a peça a 1/6/2011
um logo trabalho de amadurecimento…

Em aço corten.


Cavalo de Dalarna


Cavaleiro templário

Cavaleiro templário


Trepadeira

Trepadeira